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A ansiedade.


São quase 4h da manhã e eu sem dormir, mesmo depois de ter tomado um calmante na hora de jantar.
Os dias passam umas vezes lenta outras rapidamente e a ansiedade toma conta de mim aos poucos.
Só quem sofre de ansiedade percebe este mundo que, por vezes, se torna tão mas tão difícil. O medo, as indecisões, o casamento, o regresso ao trabalho, a máscara que coloco quando saio de casa, o gato que anda a miar noite fora feito louco com as gatas. Estou bem dentro da minha casa porque sei que é dos lugares mais seguros, mas o mundo lá fora é o que faz o meu coração bater acelaradamente. A incerteza do dia de amanhã, o tempo que vamos ter disto.
Durmo tarde e acordo, igualmente, tarde. Já pensei colocar despertador para aproveitar o dia, mas logo depois penso que quanto mais longo for, mais custa a passar. Deixo estar assim.
Cada vez me sinto com mais desalento. Se ao inicio tinha vontade de fazer tudo, agora arrasto-me completamente. O namorado está em teletrabalho. Por um lado é bom porque cada um continua nas suas vidinhas, por outro é mau porque é quase como se tivesse o dia "sozinha". Sinto-me uma fada do lar e eu detesto mesmo essa sensação.
Hoje passei o dia enfastiada , aborrecida, triste. Todos os dias, acima de tudo, me sinto um pouco triste. E isso, só por si, é triste, passo a redundância. Falei ao telemóvel com uma das minhas comadres, que não estava melhor que eu. Fiz biscoitos. Aspirei. Brinquei com o cão.
Mas eu hoje não estava bem. A tristeza era mais forte. O coração batia mais forte à medida que a rabujice aumentava.
Hoje descobri que um casal de colegas está infectado. Eles os dois mais o filho pequeno. Assintomáticos. Em casa a cumprir quarentena desde o início do estado de emergência. Pessoas que, acredito e assumem, terem tido cuidado. Descobriram por mero mero acaso. Isto deixou-me em pânico.
Tomei um calmante. Vi três episódios de Breaking Bad juntamente com o namorado. Comemos pipocas.
São 4:20h da manhã e eu hoje tive imensa vontade de escrever. E continuo sem sono.

Comentários

  1. Querida Coquinhas... são 5.48h da manhã e aqui estou eu sem sono. A ansiedade já consegui controlar, se bem que nas primeiras duas semanas foi tão intensa que somatizei e a minha cara rebentou (apareceram-me imensas manchas vermelhas nas bochechas que ficaram em ferida). Entendo o que estás a passar e esse medo do futuro é mesmo o pior.
    Agora já consigo ter horários mais decentes mas há uns tempos também estava assim, "deitar-me de manhã, dormir a tarde toda". Enquanto dormimos e quanto mais dormimos, menos pensamos, não é?
    Se precisares de companhia nas longas noites undertheclothes@hotmail.com

    Força!

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  2. Coragem! Eu e o sono também não temos sido muito amigos um do outro, tenho noites que parece que passei a noite toda acordada! Acho que andamos todos um pouco assim. Nos dias piores levanto-me, venho fazer coisas (apanhar roupa, estender roupa, ponho-me à janela e olho os prédios em frente para ver onde estão luzes acesas...)
    Eu também estou em teletrabalho (estamos os dois), existem dias complicados...
    Uma sugestão, se gostas assim tanto de escrever, porque não escreves? Tenta imaginar uma história, algo que gostes e desenvolve, quem sabe não sai dai algo que nunca imaginaste?

    Beijos e abraços.
    Sandra C.
    bluestrass.blogspot.com

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    1. Acho que, no fundo, estamos quase todos a passar pelo mesmo. Obrigada pelo carinho ☺️ escrever histórias não é tanto a minha onda. Mas, por exemplo no blog, tenho privilegiado textos mais curtos, as vezes escrever um texto como este da ansiedade, sabe-me bem :)

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  3. A ansiedade não é fácil de gerir e nos tempos que correm é ainda pior!

    Isabel Sá  
    Brilhos da Moda

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  4. Espero que essa ansiedade vai diminuindo com o tempo e dias melhores virão.
    Força**

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    1. Vamos ver. Andava com a ansiedade super controlada, por acaso. Descambou agora :s

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  5. O típico das depressões. Calma. Claro que o medo é muito. mas sem calma não se faz nada.
    Beijos e uma boa tarde!

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  6. Compreendo-te perfeitamente. As noites mal dormidas também já reinam por aqui.

    Força*

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