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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2020

Fim da minha quarentena

Hoje regresso, parcialmente, ao trabalho. Termino assim dois meses e oito dias em que, de um dia para o outro, o mundo se virou do avesso. Dói-me ver a minha agenda tão vazia durante tanto tempo e, quando escrita, tem a palavra "adiado  quase sempre associada. Quem me lê e acompanha sabe quão duro foram estes dias. Quanta revolta. Quanta lágrima. Quanto soluço de dor. Vejo muita gente a dizer que aproveitaram, que a vida nos obrigou a parar, que isto e aquilo, tudo envolto num palavreado digno de um bonito livro. Eu hoje disse-o e volto a dizer, não consigo ver nada de positivo no que se passou. Falo por mim. Falo pelo que vivenciei. Falo pela minha experiência. Consegui, em parte, parar a cabeça no que ao trabalho diz respeito, sim. Não senti falta e aguentava, na boa, mais uns dias, mas por outro lado sinto que a minha cabeça precisa desta agitação e rotina do dia a dia. Se me apetece ter o telemóvel a tocar para resolver situações de trabalho? Zero. Se me apetece passar o

A vida nas redes sociais

Ultimamente as pessoas dedicaram-se a ir à praia e a sítios bonitos e, como é óbvio, fazem questão de partilhar nas redes sociais. Eu ando irritadissima, com mais saudades da praia (que está bem longe de mim) e de passeios, a deprimir ainda mais com a lua-de-mel que NÃO vou ter no próximo mês, a ressacar por banhos de mar ou de rio ou de qualquer coisa. Eu não sei como vai ser este verão, mas noto neste Maio uma afluência gigante a estes sítios. A malta estava desejosa e não sei se vai correr bem ou mal. Confesso que eu também estou desejosa por fazer tudo e mais alguma coisa. Não fosse ter a minha sogra cá em casa e acho que seria um fim de semana de passeios por aí... Ando já a sofrer por antecipação, com o verão confinada ao shopping, provavelmente sem quaiquer férias. Sim, estive em casa, mas não estive de férias, isso faz toda a diferença.

Fui a uma esplanada

Hoje fui a uma esplanada com a minha mãe. Fomos no bairro onde cresci, um sitio bem pequeno e pacato. Tinha muita mas muita vontade de ir a uma esplanada. Nunca dei tanto valor à uma coisa tão simples.

Quarentena #4

Ando bem mais calada porque não tenho nada para dizer. Pelo menos de interessante. Quanto às cenas que se passam nesta quarentena... Vamos lá deixar para a posteridade. - Hoje era dia de festa para a Família. Um dos meus sobrinhos faria a sua Bênção das Pastas. Adiada. Comprei, apesar disso, um ramo de flores para lhe levar logo à noite e ouvir com ele a serenata online. - Não li nenhum livro. Sou um extraterrestre. Já comecei dois e não os acabo. Não me consigo concentrar. - Estou farta de me sentir dona de casa. E a treta da casa nunca está suficientemente limpa e arrumada. Dá-me uns nervoooos. - O entusiasmo das receitas novas já foi por água abaixo. - Percebi que sou uma pobretanas. Quando falo sobre o que as pessoas perderam com a quarentena ou algo do género, percebo mesmo que afinal não temos um rendimento médio mas sim abaixo da média. Não estou a brincar. - Castramos o gato. - O cão invadiu a nossa sala durante a noite e parecia que tínhamos sido alvo de um

O que ninguém sabe sobre adiar um casamento

Quando falamos em adiar um casamento por causa de uma pandemia são imensos os sentimentos que nos assolam. Primeiro achamos que não podemos nem devemos estar sempre a falar do mesmo (e sei que este blog já enjoa com este assunto, mas está também é uma espécie de terapia), depois sentimos que NINGUÉM nos compreende, percebemos das pessoas que nos rodeiam as que são mais empáticas e as que enfim, e depois percebemos que só mesmo quem passa por isto no papel de noivos consegue entender. Em cada palavra de carinho que vamos tendo (muito grata às que me chegam através deste blog) existe compreensão, amizade e amor, mas há algo que, até ao momento, ainda não vi ninguém falar neste mundo dos casamentos. Quando adiamos um casamento não é só a festa em si que adiamos. Estamos a planear o nosso casamento há dois anos e, mais coisa menos coisa, desde essa altura que a nossa vida foi adiada. Adiamos a decisão de ser pais por causa do casamento. Pelo meio achamos que talvez devessemos pensar

Cenas de um casamento - adiado

É oficial, o nosso casamento está adiado. Tínhamos comunicado anteriormente aos nossos convidados que estávamos a tratar de uma segunda data, que seria em Outubro. Ficámos de confirmar no final de Abril. Ontem foi o dia. Com o design dos nossos convites, informamos os nossos convidados que o nosso casamento será adiado mas que não sabemos para quando será. Estamos cansados, desgastados, eu tenho todos os dias ansiedade e choro muito. Ainda não tinha tido coragem de procurar datas para o próximo ano, mas começámos a perceber que era, realmente, o melhor. Estamos a tentar agilizar da melhor maneira. Se dará em Outubro? Não faço ideia. O meu fotografo diz que este ano os casamentos não serão iguais... Dizem-nos para relaxarmos e aceitarmos que não está nas nossas mãos, mas somos nós que, apesar disso, temos que continuar a tomar decisões... É o que é. Há coisas piores. Mas é duro. Adiar um casamento, vai muito além do simples facto de adiar. Mas disso falarei noutro post.