Sempre que vejo uma velhinha com malas lembro-me da minha Avó A. Eu tive a sorte de conhecer as minhas duas avós, e tive mais sorte ainda porque uma era do campo e a outra da cidade. Uma fazia-me cócegas, mostrava-me a ausência de dentes, usava sempre um alfinete ao peito onde prendia o fio da renda que fazia, usava óculos por vezes na ponta do nariz, tinha cabelo branco com um tótó atrás e usava combinação por baixo da roupa. A outra, felizmente ainda presente, é o meu porto-de abrigo, o meu mimo, usou saltos altos, cabelo sempre arranjado, perfume forte, unhas pintadas. Uma tinha buço, a outra não. Eu saí à primeira (ahahahah), mas a segunda apresentou-me desde cedo a cera depilatória :P A minha avó A., a do campo, vinha regularmente até cá à cidade e eu lembro-me de a ir buscar ao autocarro, de ela vir de escuro e cheia de sacos. Os da roupa, o das batatas, do azeite, dos figos, da terra dela que é minha também. E hoje, sempre que olho para um velhinha carregada lembro-me dela com...