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A saudade


Nos dias em que preciso de colo, do colo da minha Avó, a saudade aperta ainda mais. Torna-se quase visível sem me aperceber. Vêm à memória momentos doces do passado que me fizeram tão feliz. Ontem entrei no banho, pela manhã, e regressei ao banho das nossas férias ou das consultas da minha Avó em Lisboa. Ontem quase que tomei banho na Residencial Florescente, em frente ao coliseu, nas Portas de Santo Antão. Não me perguntem porque é que uma banheira com água a escaldar, como sempre, me trouxe essas memórias. À noite, na cama, apareciam na minha cabeça as escadas, o corrimão, a carpete...a recepção e a rua cá fora. Na minha cabeça vi a minha irmã sair de vestido justo azul pela porta enquanto eu, a minha mãe e a minha Avó continuávamos lá dentro. Ontem senti o cheiro e o burburinho. E é duro. Tão bom e tão duro sentir esta saudade. Já falei da Residencial Florescente por aqui e hoje volto a falar porque saudade tem, também, aquele nome. E por muitos hotéis chiques e requintados que um dia possa vir a frequentar, nunca nenhum voltará a ser a Residencial Florescente.

Comentários

  1. Que texto!
    Que sentimento, embora triste, envolve e faz seguir em frente.

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  2. A saudade é um sentimento dificil de gerir...

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  3. É tão bom quando temos memórias tão felizes com quem já não está fisicamente, mas continua dentro de nós.

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